segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pampa sulina



Na geada fria
Que branqueia os campos do sul
E no vento minuano
Que transporta o gérmen de flor em flor
Sinto o zelo da brisa
Mansa, como a chuva de primavera
O verde dos campos sulinos
Trás lembranças medonhas
Que rodam a mente
Como um pássaro na gaiola
Não se desprende
Nem se aquieta
Nem desiste de aparecer
Nas belas vozes rurais
E no apego da roda de chimarrão
Noto a simplicidade de um povo
Que não conhece a vaidade
Nem o orgulho
Apenas trás consigo
A mista humildade da gente do meu rincão
A flor que desabrocha no jardim aqui da campanha
Não é a mesma que sobrevive no asfalto da cidade
Por que não carrega consigo aquela simplicidade
Que brota no chão que piso
E que me orgulho de mencionar
Quem não honra suas raízes
E não dá valor á sua gente
Não merece ser respeitado
Por que não conhece o respeito
Quem não carrega no peito
O brilho da tradição
Não sabe o que está perdendo
Pois a coisa mais linda do mundo
É ter do que recordar
É ter para onde voltar
Depois de uma grande campereada
Pois quem vai, deixa saudades
E quem fica guarda no coração
A lembrança – para ter do que lembrar.
Por isso digo e repito
Honro minha gente, meu chão e as tradições
Por que se eu, filha desta terra pampiana
Não honrar este pago, quem honrará?
Os meus filhos saberão do orgulho que tenho
Por Deus ter me feito gaúcha
E mesmo com o passar das gerações,
Não deixarão a cultura se perder no tempo e na imensidão.


 

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