Se a morte é a falta da vida,
Então nesta mesma vida, podemos dizer que morremos aos poucos, a cada momento em que a vida parece estar em um momento de coma profundo, que não sabe se vai ou se fica.
Morro.
Morro quando vejo a fome, não só do corpo, mas do espírito em muitas das pessoas deste planeta tão perverso.
Morro ao ver a doença se alastrar pelos caminhos obscuros do bem e do mal...
Morro ao presenciar a injustiça com os humildes que traçam enigma que sua limitação de consciência lhe proíbe desvendar.
Morro ao ver que as pessoas ainda ignoram o conhecimento que lhe é proposto a cada dia e ainda tem a imaturidade de reclamar da vida que tem
Morro ao ver que a criança, por falta de educação que recebe de pais imaturos – seja a idade que for – cresce sem saber olhar para a real beleza da vida, aquela vista da janela do seu pequeno apartamento.
Morro ao saber que as amizades se perdem por pequenas atitudes ou por falta delas.
Morro ao saber que as pessoas têm a mesma facilidade de sair da vida das outras do que tem para entrar.
Morro ao notar que a mentira ainda é algo a ser superado na humanidade, mas que ainda não foi.
Morro ao saber que a verdadeira arte já não tem mais efeito no coração das pessoas.
A morte que me toma é a mesma que corre pelos caminhos da vida eterna.
Ela toma os mais belos caminhos e os torna tenebrosos, como a noite que não tem luar.
Como a estrela que perdeu seu brilho, ela toma todo e qualquer foco de luz.
Mas, como pra mim a morte não existe... que venha!
Que venha pois logo se vai.
O mar irá se encarregar de levá-la consigo.
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